quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ESTA NOITE EM MEIO ÀS FERAS

Estava eu, "numa noite qualquer", saindo do trabalho, quando recebo uma ligação! "Recital de poesias na Livraria da Travessa! Partiu?" Pensei: "Oras, o transito tá um inferno agora mesmo, né. Vou sim! E se tiver chato, vou embora!" Que bom que eu fui! Ouvi essa menina declamar lindas cartas-poesias que mais pareciam contos de ninar! Sorte minha ela ter doado algumas para a platéia! E agora, compartilho você! =)





"Fer, meu amor, outro dia você me perguntou porque eu me faço de forte, e eu vou tentar re responder. Não sou fraca, não. Tenho os meus medos, as minhas inseguranças, os meus pontos fracos e a sensibilidade de chorar quando sinto o corpo ou a alma doer. Sou assim, como todo mundo é. Se me mostro mais forte é pra me proteger. Não de você. De você não tenho medo, embora às vezes me faça doer. Sei do seu amor por mim tanto quanto do meu amor por você. Só evito desmoronar. Desmoronamentos às vezes nos deixam soterrados, e soterrados nos deixamos esconder, em nossas dores e alegrias. Eu não me deixo esconder. Então eu enfrento tudo como se fosse a pessoa mais forte do mundo. E se não há chão pra pisar, eu capricho mais nos sapatos. Só evito desmoronar. Não sou forte, não. Nem me faço por intenção. Se eu me fecho quando deveria me abrir é só pra deixar avançar o sinal quem não tem medo de colidir. Os temerosos que se tranquem em suas casas gradeadas blindadas alarmadas e sorriam sendo filmados, porque as feras estão soltas nas ruas e eu não vou deixar de sair às ruas porque eu gosto de contemplar a céu aberto a luz da lua. Sim, eu tenho medo das feras. Mas aprendi que o medo libera uma substância em nosso organismo que os animais sentem no faro. Só não me deixo farejar. Eu ando tão perto das feras que elas não são capazes de me alcançar. Minha presença se confunde com a delas. Eu não me faço de forte, me camuflo de fera. É só pra não me deixar atacar. Pra você eu posso dizer, porque conheço suas camuflagens. Elas são como as minhas. Por isso te digo o que você quer ouvir, não o que eu sou, mas o que você é. Você quer um espelho pra se refletir. E eu te espelho até mesmo quando você não quer. Mas repare, meu bem, que é bonita a imagem, que por trás da cara de fera, de toda essa camuflagem, a gente é gente de verdade. De carne e osso, desejos, vontades, ânsias, medos e coragens... E gente como a gente não se faz de forte. Se é forte, em toda a sua fraqueza. Porque se ergue inteiro a cada queda e não desiste de nadar contra a correnteza. Fracos são os que se deixam levar, não oferecem resistência ou não sabem nadar... Eu sei bater os braços. Não sei respirar debaixo d'água, mas não conta pra ninguém, todos pensam que sim, então vamos deixar assim, ok? Eu sei que você também... É o nosso segredo.


Eu te amo, e disso não tenho medo!

Beijos,

Bia. "
 
Por Beatriz Provasi

Um comentário:

  1. Na moral, li só até a metade, kkkkkkkk, mas até onde li, show.
    Valeu ter ido lá e valeu ter compartilhado aqui, pois um dia volto pra completar a leitura, kkkkkk.
    Bjão.

    ResponderExcluir